segunda-feira, 16 de junho de 2025

"Aquele beat 'em up em que você joga com um capoeirista": Não, não é Gaia Crusaders. É quase

 


Gaia Crusaders é um dos melhores beat 'em ups de sua "geração" - geração dos inícios de anos 2000 (na verdade, 1999). Produzido pela Noise Factory. Os combos funcionam muito bem, há variedade de personagens jogáveis, belos adversários e muita beleza visual e cênica. O fiel dos beat 'em ups pode ressentir-se apenas de duas coisas: Ausência dos balões e poucas armas - o game tem só uma espada, pra falar a verdade.

Mas Gaia Crusaders é um beat bem conhecido, admirado e, claro, resenhado. O que não é tão conhecido é o fato de que Gaia Crusaders teve uma cópia descarada, variação, derivação ou sabe-se lá o que foi aquilo. Pois vamos dar uma boa olhada na "cópia".

Nascido em 2001, nos respiros finais da era de ouro dos arcades - e dos beat 'em ups -, Thunder Heroes é um beat 'em up desenvolvido pela Primetec Investiments.

Hum, você deve ter estranhado o nome da desenvolvedora. Isso porque a obscura Primetec foi uma empresa de Hong Kong que provavelmente lançou este único jogo - e pior, ele é somente e tão só e apenas uma versão modificada do excelente Gaia Crusaders.



Como seu original, ou melhor, seu papai, o game tem um gosto, um cheiro ou saudade daqueles beats da IGS, a famosa softhouse cingapurense. E mais, com uma vibe que se repete muito bem em Songoku 3, você pode jogar com novos personagens, conforme os derrota e recruta - por sinal, o Sengoku 3 (2001) também é cria da Noise Factory.

Na trama - se é que trama é - um mago ou demônio sombrio (pois demônio luminoso seria demais, até mesmo em nossos tempos relativistas) se apossou de um cristal mágico e o quebrou em seis partes, lançando cada uma em um de seus reinos. Sua missão, além de derrotá-lo, é reunir novamente os fragmentos e recompor o cristal.

O game possui dois botões de golpe, soco e chute, cada qual com seu combo, e que podem ser combinados. Por sinal, parabéns, Noise Factory/Primetec: São combos de grande beleza plástica e marcial.

No quesito armas, a vibe de TH é diferente da de Gaia Cruzaders: Aqui temos também facas e granadas, mas são armas que, após apanhadas do chão são imediatamente atiradas - sim, perdão, não, não é possível carregá-las - o que deixa a desejar. O jogo conta com espadas, uma de metal e outra de energia (esta, não temos em Gaia). Ah, e uma anacrônica (estamos num reino místico de inspiração na antiguidade chinesa!) barra de cano de ferro, desses de esgoto e Final Fight (a barra do Punisher também é maneira).

Orbs de poder conferem magias aos personagens, conforme suas cores. Apertando-se os dois botões, temos o golpe especial espalha-brasa, mas você perde life (mesmo se não acertar ninguém). A corridinha é um corridão, pois seu boneco dá um sprint bem veloz, mas não permite combinação com pulos. No entanto, aqui a corridinha "sozinha", sem você apertar nenhum botão de golpe, já aplica um golpe (cotovelada) nos adversários. Correndo e clicando soco ou chute, temos golpes diversos, e de alcance mais próximo (já que a corridinha pura faz o boneco andar uma boa distância). Uma boa é que podemos aplicar combos de corridinha nos adversários, dando vários sprints rápidos e atingindo-os antes de caírem no chão. Por sinal, temos pulo duplo, mas ele é praticamente inútil. Ah, apertando-se pulo + chute, seu personagem cria momentaneamente um escudo de energia. Me pareceu meio inútil, mas, bem, deve ser para se proteger de alguma coisa.

Mas vamos aos personagens: Jimi Isaak é o clássico brigador de rua ocidental dos anos oitenta/noventa, como o Cody de Final Fight, o Rick Norton de Rushing Beat, o Axel Stone de Streets of Rage...

Temos uma chinesinha, pequena e rápida, a Kohen. Seu alcance é curto, mas ela incendeia os adversários ao final do combo com soco, o que compensa a escolha.

O cidadão que dá título a esta resenha é o capoeirista, Fred Sathal, com sua marra de braços cruzados e óculos escuros. O bitelo aplica altos golpes de capoeira, como martelos e queixadas, e tem direito até a um Joe Commando (Andy Bogard). E falando em Fatal Fury, ele ainda dá um "thomas flare" e gritinhos como os de Ducky King. Se tem homenagem a Ducky e a Andy, a homenagem central me parece ser ao capoeirista do Fatal Fury, Richard Meyer (por sinal, o primeiro personagem de um jogo de luta a praticar capoeira - sim, depois vieram muitos outros, como nosso apelão Eddy Gordo, de Tekken).

O personagem Koufu é o típico guerreiro chinês, com golpes rápidos mas potentes. Na falta de um fortão pra começar, temos ele.

Com o avanço do jogo, podemos selecionar Etuki, que combate com leque - mas ela quase não o usa, e seus braços curtos a tornam uma personagem mais fraca. AQUI, HÁ NOVIDADE: Esta personagem não é jogável em Gaia Crusaders. Mas, não se empolgue: Em compensação, os dois robôs/seres tecnorgânicos jogáveis em Gaia (Rob e M-985), aqui não o são...

E temos também Eiken, esse sim um forte personagem, um usuário de kung-fu.

Cada personagem tem afinidade com um elemento (fogo, vento), ou mais de um, o que se refletirá no tipo de magias que podem disparar, ou melhor, na forma de dispará-las.

Inimigos de tela variam conforme a fase, e os chefões são divertidos, embora fáceis. Enfrentamos até uma versão ancestral do Mestre Kame...

No final, após um breve boss rush, você deverá moer o chefe Fred (que nome, hein). Fred parece frouxo, mas não se engane... Sua forma final é das mais parrudas que você vai ver num beat. Ainda bem que as fichas hoje são de graça!

No mais, sem inovações ou nada que surpreenda, o ponto forte de TH é a pancadaria em si, de ótimas mecânicas. CLARO, CARO AMIGO: Gaia Crusaders é melhor, até porque tem enredo coerente, mais personagens selecionáveis e outras coisas. Mas nosso tema aqui é o derivado.

Está esperando o quê? A resenha acabou. Procure por Thunder Heroes e vá aplicar uns combos!

Sammis Reachers


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