quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Um poema sobre o Açaí


Açaí

Em tigela ou cuia,
Toma-se esse suco roxo,
Dele se usa tudo,
Até mesmo o seu caroço.
Bebe com farinha d’água
Feita da mandioca,
Ou misturado e gelado
Com farinha de tapioca.

Pode se chamar juçara,
Ou até mesmo açaizeiro,
Toma-se com açúcar doce,
Ou mesmo sem muito floreio.

Tanto faz, como tanto fez,
Nada diminui esse desejo,
De ser consumida,
Por esse povo belo e guerreiro
Que no mercado de ferro,
O grande Ver-o-Peso,
Expõe seu grande apreço.

Mesmo não se tomando o suco,
Pode também embelezar
Que nas mãos do artesão
Um belo cordão a ornamentar.

Dos teus caroços um belo mosaico
Enfeita o pescoço da bela cabloca
Desse estado, o meu Pará.
Arte aprendida com os índios,
Repassada aos filhos
Através desse belo idílio.

Nas lendas se chama iaçá
Uma planta que não pára de chorar
Em nosso coração,
Sua semente a brotar
Pequenas lágrimas roxas,
Açaí quero te chamar.

Thiago Azevedo

Via
http://mangaepoesia.blogspot.com

NOTA: Este post é de dez anos atrás (2009). Agora, em 2018, publiquei uma antologia inteira de poemas sobre árvores (tanto "a árvore" em geral, quanto árvores por espécie, inclusive muitas delas fruteiras, como mangueira, cajazeiro, cajueiro etc.). Por isso, insiro aqui, neste post antigo, a informação e o link para download da referida antologia. Confira abaixo. E, mais abaixo, seguem os poemas sobre frutas :)


ÁRVORE - Uma Antologia Poética - O termo grego ανθολογία (antologia), significa “coleção ou ramalhete de flores”. Daí o latim florilegium. O termo florilégio encaixa-se bem ao presente trabalho, onde procurou-se coligir poemas sobre a árvore, esse centro e pilar da hera. Adicionamos ao volume uma pequena seleção de frases sobre o tema, e, em arremate, publicamos o texto integral (vertida sua grafia ao português hodierno) do poema A Destruição das Florestas, do múltiplo Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806 – 1879). O poema, que veio à luz em 1845, é um significativo e precoce exemplo de consciência ambiental em nossa literatura.
Além do elogio da árvore, presta-se aqui uma homenagem a nossos poetas de agora e de ontem, e de certa forma um serviço à literatura lusófona, pois toda antologia literária é antes de tudo isso - um serviço prestado a uma literatura e ao universo de seus usuários.
Este é um livro gratuito. Como amante das árvores e da literatura, como professor e como antologista, é um prazer ofertar este livro a todos, com votos de que ele possa ser compartilhado livremente, para que alcance os fins a que se propõe.

Para baixar o livro (224 págs., em formato PDF) pelo Google Drive, CLIQUE AQUI.

4 comentários:

Anônimo disse...

Caro amigo e irmão Sammis :
visito o seu blog mais uma vez e com muito prazer, sempre. Fico feliz em saber que você está bem e que procura tornar todos ao seu redor, bem também..um abraço
Touché,.

SUSTENTABILIDADE: PLANTE ESSA IDEIA! disse...

Açaí, meu vício, minha paixão. O ouro negro da minha terra. Parte da nossa terra e da nossa cultura.

Unknown disse...

Amei 💕😍

Unknown disse...

💕

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