sábado, 1 de agosto de 2009

Arménio Vieira, Prêmio Camões 2009: Notícia e poemas


O júri do Prêmio Camões decidiu atribuir o troféu deste ano ao poeta cabo-verdiano Arménio Vieira. O poeta é o primeiro cabo-verdiano a receber o prêmio. Ele nasceu na cidade da Praia, na Ilha de Santiago, Cabo Verde, em 24 de janeiro de 1941. Além de escritor, é jornalista, com colaborações em publicações como o Boletim de Cabo Verde, a revista Vértice, de Coimbra, Raízes, Ponto & Vírgula, Fragmentos e Sopinha de Alfabeto.


Arménio Vieira foi redator no jornal Voz di Povo. O Prêmio Camões, criado em 1988 pelos governos português e brasileiro, distingue todos os anos escritores dos países lusófonos. Vieira é o 21º a receber o prêmio no valor de 100 mil euros, que já homenageou nomes como José Saramago, Pepetela ou Agustina Bessa-Luís.

Criado e financiado pelos governos de Portugal e do Brasil, o prêmio foi atribuído pela primeira vez em 1989 a Miguel Torga. O júri, em que Portugal foi representada por José Carlos Seabra Pereira, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, e Helena Buescu, da Universidade de Lisboa, reuniu-se hoje num hotel do Rio de Janeiro para anunciar o resultado.

Em anos anteriores, o Prêmio Camões, considerado o mais importante da língua portuguesa, distinguiu os portugueses Vergílio Ferreira (1992), José Saramago (1995), Eduardo Lourenço (1996), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999), Eugénio de Andrade (2001), Maria Velha da Costa (2002), Agustina Bessa-Luís (2004) e António Lobo Antunes (2007).

Quanto a autores brasileiros, já foram agraciados nomes como João Cabral de Mello Neto (1990), Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), Antênio Cândido (1998), Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca (2003), Lygia Fagundes Telles (2006) e João Ubaldo Ribeiro (2008).

De Angola, foram premiados Pepetela, em 1997, e Luandino Veira, em 2006. O moçambicano José Craveirinha recebeu o Camões em 1991.



SER TIGRE


O tigre ignora a liberdade do salto
é como se uma mola o compelisse a pular.

Entre o cio e a cópula
o tigre não ama.

Ele busca a fêmea
como quem procura comida.

Sem tempo na alma,
é no presente que o tigre existe.

Nenhuma voz lhe fala da morte.
O tigre, já velho, dorme e passa.

Ele é esquivo,
não há mãos que o tomem.

Não soa,
porque não respira.

É menos que embrião
abaixo do ovo,
infra-sémen.

Não tem forma,
é quase nada, parece morto.

Porém existe,
por isso espera.

Epopéia, canção de amor,
epigrama, ode moderna, epitáfio,

Ele será
quando for tempo disso.


(in "Vozes poéticas da lusofonia", Sintra, 1999)



POEMA

Mar! Mar!
Mar! Mar!

Quem sentiu mar?

Não o mar azul
de caravelas ao largo
e marinheiros valentes

Não o mar de todos os ruídos
de ondas
que estalam na praia

Não o mar salgado
dos pássaros marinhos
de conchas
areias
e algas do mar

Mar!

Raiva-angústia
de revolta contida

Mar!

Siléncio-espuma
de lábios sangrados
e dentes partidos

Mar!
do não-repartido
e do sonho afrontado

Mar!

Quem sentiu mar?

(1962)




Quiproquó
.

Há uma torneira sempre a dar horas
há um relógio a pingar no lavabos
há um candelabro que morde na isca
há um descalabro de peixe no tecto
.

Há um boticário pronto para a guerra
há um soldado vendendo remédios
há um veneno (tão mau) que não mata
há um antídoto para o suicído de um poeta
.

Senhor, Senhor, que digo eu (?)
que ando vestido pelo avesso
e furto chapéu e roubo sapatos
e sigo descalço e vou descoberto.

Fontes: http://www.amigosdolivro.com.br, http://br.geocities.com/poesiaeterna, http://amantedarosa.blogspot.com/

Um comentário:

Laguardia disse...

Oração Pela Pátria
Leia Mateus 4: 1-10 .... Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória dele e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.
Jesus Cristo, o Messias, filho único de Deus foi tentado para que abrisse mão de sua missão de salvar o mundo da morte e do pecado em troca de poder, de domínio sobre a terra, em troca de um reino terreno onde teria as todas as riquezas materiais que o mundo podem oferecer.
Hoje também somos tentados desta mesma forma. Somos tentados a abrir mãos de nossos princípios éticos e cristãos em troca de alguma vantagem que nos enchem a vista. O maligno toca sempre no ponto fraco do ser humano, a ganância, a sede de poder.
Temos visto isto com muita clareza ultimamente em nosso país.
Quem já não ouviu falar da lei de Gerson - “O Brasileiro gosta de levar vantagem em tudo”?
Nossos governantes têm se aplicado, e bem, em fazer valer esta lei de Gerson. Todos os dias ao abrirmos os jornais e ouvirmos ou vermos os noticiários nos deparamos com alguém se utilizando indevidamente de recursos públicos em benefício próprio.
Já chegamos ao ponto de achar que tudo isto é natural. Afinal de contas todo o político é desonesto, ou apelamos para a máxima “rouba mas faz”.
Felizmente Cristo resistiu a esta mesma tentação e pagou por nossos pecados na Cruz.
Muitos dirão – Mas Ele é Deus, por isto tem forças para resistir.
Não nos esqueçamos do que Paulo disse em I Coríntios 11: 1 – Sede meus imitadores como eu sou de Cristo.
Resistamos, pois a estas tentações, e vamos exigir de nossos governantes um comportamento honesto, ético e moral. Eles foram colocados lá para servir ao povo e não para usarem de seus cargos em benefício próprio.
Vamos repudiar claramente em nossas palavras e ações as atitudes que são contrárias aos ensinamentos do Mestre. Vamos repudiar a noção que Lula quer repassar que os cidadão que têm “biografia” devem ser tratados de modo diferente dos demais. Afinal de contas nossa Constituição diz que todos somos iguais perante a lei.
Rogo a todos os irmãos que instituam em suas igrejas e em seus cultos domésticos, entre as semanas de 30 de agosto a 12 de setembro, uma jornada de orações pela Pátria Brasileira. Uma jornada de orações pelos nossos governantes, para que Deus lhes toque o coração e os transforme para que trabalhem não em prol de si mesmos, mas em prol do tão necessitado povo brasileiro que os elegeu para servir ao povo.
Este é o desafio que quero deixar com cada um dos irmãos.

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