Ângela  Mara
     Há pouco      tempo, enquanto lia uma revista sobre saúde, algo chamou a minha  atenção.      Foi na seção de respostas a cartas de leitores sobre animais de  estimação.      Alguém descrevia os sintomas que seu cachorro estava apresentando e  pedia      orientação sobre o que poderia estar acontecendo com seu cão. A  médica      veterinária que foi consultada deu o seguinte diagnóstico:
     “De      acordo com os sintomas relatados, seu cachorro está com estresse.”
     Eu      fiquei impressionada com isso. Parece que nem os animais estão  livres desse      mal que nos assombra hoje em dia. Vivemos sob pressão. Nossa rotina  sozinha      já nos sufoca. E, quando algo inesperado então acontece, é o caos.
     Ninguém      está livre de preocupações e contratempos. O trabalho é uma fonte de       estresse. Mas, por outro lado, a falta dele, o desemprego, é uma  fonte muito      maior. Ainda temos de levar em conta as tragédias e as perdas  pessoais que      muitos experimentam. É bom lembrarmos que as crianças e os  adolescentes      estão igualmente sujeitos a tudo isso. Se nem os animais se acham  livres      desse mal, as pessoas que têm menos de vinte anos também não estão  isentas.
          Normalmente não depende de nós controlar os efeitos do estresse. No  entanto,      podemos tomar algumas medidas que alterem nossa rotina e minimizem o  impacto      das circunstâncias e dos imprevistos sobre o nosso emocional.
Bem antes de ler essa revista a que me referi no início, eu havia lido algo na Bíblia que tem me ajudado muito nos últimos trinta anos da minha vida. Não se trata de uma frase tipo “abracadabra”. Não é nada mágico. É doce. É uma das palavras mais doces que já ouvi. Mateus registra, em seu Evangelho, um convite que Jesus fez às pessoas:
     “Vinde a mim, todos os  que estais      cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o  meu jugo e      aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis  descanso      para a vossa alma.” (11.28,29.)
     Como      algo que foi dito há tanto tempo pode afetar nossa vida de alguma  forma? O      que Jesus sabe a respeito do que estamos passando? O que essas  palavras      significam?
Bom... Vamos por etapas.
Bom... Vamos por etapas.
O tempo
Quando Jesus fez esse convite, o Império Romano dominava absoluto. Antes de Roma, porém, um poderoso conquistador havia alastrado seu poder pelo mundo. Foi Alexandre, o Grande. Esse governante espalhara seus exércitos e disseminara a língua grega por quase todos os cantos. Nessa expansão, imprimira um modo e estilo de vida que era dominante em quase todos os povos da época. Apenas algumas nações do Oriente não sofreram tal domínio – China, por exemplo.
Quando Jesus fez esse convite, o Império Romano dominava absoluto. Antes de Roma, porém, um poderoso conquistador havia alastrado seu poder pelo mundo. Foi Alexandre, o Grande. Esse governante espalhara seus exércitos e disseminara a língua grega por quase todos os cantos. Nessa expansão, imprimira um modo e estilo de vida que era dominante em quase todos os povos da época. Apenas algumas nações do Oriente não sofreram tal domínio – China, por exemplo.
     Então      vejamos o que tínhamos: uma potência que controlava outros povos;  uma língua      que fora escolhida como padrão para as nações, apesar de cada uma já  ter seu      idioma próprio; um estilo de vida quase idêntico para pessoas de  culturas      antes bastante diferentes; a classe pobre da população sofrendo todo  tipo de      necessidade; a violência dominando absoluta; uma sensação geral de  se estar      vivendo o final dos tempos.      
     Isso não      nos parece familiar? Essa é a descrição do mundo do tempo de Jesus.  Mas bem      que poderia ser a do nosso. Ou não?
     Jesus      dirigia um convite a pessoas que enfrentavam uma sociedade egoísta,  alheia      aos problemas individuais. A época era de grande inquietação e  desesperança.
     É,      parece que o tempo não está tão distante assim. Mistura-se  perfeitamente ao      nosso. Apesar de todo o avanço, de toda a tecnologia, de tantas  descobertas      e de tantas mudanças, sofremos pressões psicológicas e emocionais  muito      parecidas com as que aturdiam as pessoas no primeiro século.  Obviamente,      elas não se preocupavam com os mesmos tipos de “necessidades” que  nos são      impostas hoje em dia, isso é inquestionável. Mas, para o íntimo do  ser      humano, as conseqüências das pressões, preocupações, ansiedades e      desesperança são idênticas sempre. Não importa a época em que se  vive. Será      que existe algo mais rudimentar que a depressão? Quando nossos  sentimentos      se voltam contra nós, não há onde encontrar abrigo. Justamente  porque o que      nos ataca não está ao nosso redor, está dentro de nós, são nossas  próprias      emoções.
Jesus nos conhece
Só Jesus pode penetrar profundamente nosso interior. Por isso seu convite continua valendo ainda hoje. “Vinde a mim.”
Só Jesus pode penetrar profundamente nosso interior. Por isso seu convite continua valendo ainda hoje. “Vinde a mim.”
     Quando      Cristo veio à Terra como um ser humano comum – apenas a concepção  foi      diferente – mostrou todo o seu interesse por nós. Além disso, ele      experimentou tudo o que sentimos e sofremos. Tornou-se semelhante a  nós. A      humanidade de Jesus nos aproxima dele. Se ele chama “Vinde a mim”, é  porque      ele pode nos receber, nos acolher e mostrar para nós a solução.
     Não há      recâmara oculta em nosso interior – pelo menos, não para o Salvador.  Cada      pedacinho nosso está descoberto diante de Deus. E isso é uma grande      vantagem. Jesus nos vê por inteiro. Melhor ainda: ele nos aceita  como somos      e ainda nos oferece escape.
O significado dessas  palavras
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.”
O que deixa você cansado? O que está sobrecarregando-o?
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.”
O que deixa você cansado? O que está sobrecarregando-o?
Jesus não fala de um  cansaço      natural, mas daquele que se tornou crônico. Às vezes, falta energia  até para      sair da cama. O corpo não obedece mais.
     Hoje em      dia, assumimos muitos compromissos. São tantas as “necessidades” de  consumo      e de se manter ou conquistar um certo padrão de vida, que nosso  emocional      não consegue suportar muito tempo. E se tudo isso encontra no nosso      organismo uma predisposição genética, ou uma saturação física, ou um       insuportável sentimento de perda, ou uma amargura profunda, ou a  soma de      todos esses ingredientes, então a depressão nos vence.      
     E todos      nós estamos sujeitos a isso. Mesmo quem já aceitou esse convite de  Jesus.      Mesmo quem já conhece profundamente o Salvador. São muitos os  fatores que      interferem nessa área do nosso ser; inclusive os que são genéticos,      orgânicos, etc.
     O que      encontramos nesse convite é a promessa de que acharemos alívio e  descanso      para a nossa alma. E não é exatamente disso que precisamos?
     Jesus é      manso e humilde de coração. Confiar em alguém assim nos nossos dias é  muito      complicado. Vivemos a pressão do ter, do adquirir, do armazenar, do      “conquistar um lugar ao sol”. Nunca acreditamos que já podemos  descansar de      nossas preocupações e simplesmente viver a vida que Deus nos dá.  Isso para      nós é praticamente impossível.      
     No      entanto, são justamente estas facetas de seu caráter – mansidão e  humildade      – que Jesus apresenta quando nos promete descanso para a nossa alma.  Podemos      então concluir que é de extrema importância que também adotemos essa  postura      em nosso viver. Temos de investir é em tranqüilidade, em  simplicidade, em      gratidão, em solidariedade, em amor. Devemos ser mansos e humildes. E  é bom      lembrar que humildade não é sinônimo de pobreza. Só o fato de ser  pobre não      determina que uma pessoa é humilde. O que conta, sempre, para Deus, é  o      coração. Humilde de coração. E manso.
     É fácil      aceitar um convite tão amoroso. E se quem nos faz esse convite é o  Rei dos      reis e Senhor dos senhores, não há do que duvidar. Podemos ir a ele  sem      titubear, sem receios nem restrições.
     Sem      dúvida nenhuma, não pode haver nada melhor nesta vida do que nos  aninharmos      nos braços de Jesus e encontrarmos descanso para a nossa alma.
Ângela Mara Leite Drumond é revisora da Editora Betânia. É membro da Igreja IEMP de Belo Horizonte.
      Ângela Mara Leite Drumond é revisora da Editora Betânia. É membro da Igreja IEMP de Belo Horizonte.
Fonte: Revista MENSAGEM DA CRUZ
 
 
 

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