segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sarney apresenta proposta para novo referendo sobre desarmamento nesta terça-feira

BRASÍLIA - Diante da tragédia na Escola Municipal Tasso da Silveira , o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), vai apresentar nesta terça-feira aos líderes partidários proposta para a realização de um novo referendo sobre o desarmamento. A ideia é debater com os líderes a votação de um projeto de lei que estabeleça nova consulta à população sobre a proibição de vendas de arma de fogo no país. Na última sexta-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) defendeu a retomada da discussão sobre o desarmamento e sugeriu a convocação de um novo referendo .



Sarney afirmou que a intenção é votar de imediato a matéria:
- Desde o princípio, tenho dito a vocês que acho possível e acho que temos que tomar uma iniciativa nesse sentido. Vou tratar disso na próxima reunião com os líderes dos partidos para ver se nós imediatamente temos condições de votar uma lei modificando o que foi decidido no referendo, e fazendo um novo referendo - afirmou o parlamentar.
Em 23 de outubro de 2005, foi realizado um referendo sobre o tema. A maioria dos votantes (59 milhões de pessoas, o equivalente a 64% dos votos válidos) optou por não proibir o comércio de armas e munições.
- O Rui Barbosa dizia que só quem não muda são as pedras. O que não se deve é mudar do bem para o mal e do mal para o pior. Nós estamos mudando do mal para o bem, de maneira que eu acho que a população vai ser sensível - assinalou o presidente do Senado.
O presidente do Senado também apoiou a proposta do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo , de debater com organizações não governamentais a antecipação da Campanha Nacional pelo Desarmamento, prevista para junho. Segundo ele, toda iniciativa para promover e criar a consciência contra o desarmamento é bem-vinda.
- Acho que qualquer iniciativa no sentido de promover, de criar uma consciência nacional contra o desarmamento, é muito bem vinda. Toda vez que temos armas no país, evidentemente que elas têm por finalidade aumentar o crime - afirmou.
'Plebiscito sobre posse de armas, só depois de debates', diz Romero Jucá
"Entrar direto num novo plebiscito sem uma prévia discussão, isso não. O plebiscito deve ser resultado de um debate". Assim o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), manifestou-se na manhã desta segunda-feira sobre a ideia de a população brasileira ser novamente convocada a decidir a respeito da posse de armas por civis.
- Eu defendo o desarmamento, acho que deve haver menos armas nas ruas. Sou a favor de uma ampla discussão desse assunto com a sociedade. Sou a favor de ampliarmos a conscientização a respeito desse assunto. Mas esse plebiscito deve acontecer apenas como resultado de um amplo debate - opinou Jucá.
ONG Viva Rio quer que o governo pague também por balas
A ONG Viva Rio vai sugerir ao governo federal que pague pelas munições, e não apenas pelas armas, a serem recolhidas na campanha do desarmamento deste ano, que inicialmente estava marcada para junho, mas será antecipada. Uma das ideias é incluir chips nas armas ainda nas fábricas.
Houve uma queda no número de armas entregues pela população. Na campanha de 2008 e 2009, que teve a participação apenas da Polícia Federal, o governo retirou do mercado apenas 30 mil armas. Entre 2004 e 2005, quando ONGs, igrejas e as polícias participaram da campanha, 459 mil armas foram recolhidas. Para Antônio Rangel, um dos coordenadores do Viva Rio, o fracasso se explica porque muita gente ainda tem receio de entregar armas diretamente à polícia:
- As pessoas precisam ser convencidas a entregar as armas, e quem faz isso são padres, pastores, médicos. A campanha tem que envolver a sociedade civil - afirmou.


via http://oglobo.globo.com

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