Retorno à praia de Itaipu ou ao monte Meru
Os desertos enganam,
Mas só no mar está
A paz que nada interrompe
A fluição que vocifera
Em ritmados uivos, silvos
Laivos
Da noite primordial.
Do caos fundamental
Transemerge o mar:
Torre deitada em seu abraço de encastelar.
Kraken, Caribde, meu tio Geraldo Xereta
Ausências que a praia transtraz, à maneira
De Rosa, Guimarães,
Conchas desfeitas,
Calcário sobre crostas oceânicas de basalto
Infância de meus sobrinhos,
Após a minha
E Abraão e Caim e Adão
O planeta feito de água de seres
Feitos de água
Esgoelando-se por solidez.
Cada homem é a coleção de seus processos
Daquele pico
Pode-se esculpir as estrelas
E que são os aglomerados de galáxias,
Senão matéria escura desbastada
Até adquirir forma?
Células-tronco primeiras
De Jeová, esculpidas pelo sopro
Do Espírito que tudo navega?
Venha poder palraz,
Derrube Meru no oceano,
Dissolva os entes e seus ícones
Na recriação.
Sammis Reachers
*Publicado originalmente na revista Ensaios de Geografia, da Universidade Federal Fluminense.
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