domingo, 8 de janeiro de 2023

"MAS SAMMIS, SEUS LIVROS NÃO TÊM PREFACIADOR?"

 


Você já reparou que a grande maioria dos livros que publico (individuais ou antologias) não possui apresentador ou prefaciador externo?

Isso decorre de diversos fatores, sendo o principal a velocidade. Trabalho num ritmo, se não diria acelerado, ao menos robusto. E trabalho também em diversos projetos ao mesmo tempo: São muitas pastas ou arquivos Word onde vou acrescentando uma frase, um parágrafo, um novo item, uma editoração, enfim, um tijolinho naquele construto. Acontece que, quando um projeto é capturado para ser a bola da vez, a ele me dedico com maior afinco e atenção, e quando pronto, ENQUANTO NÃO FOR PUBLICADO, ele atrapalha o andamento dos demais projetos. É estranho, mas um livro pronto e “em aguardo”, me gera uma ansiedade (em mim, que sou pouco ansioso) que refreia meu avanço sobre outros projetos, e principalmente me paralisa de escolher logo o novo “projeto da vez” e me aprofundar nele. Enquanto não publicar, não me sinto leve nem livre.

Pois bem: Tive diversas experiências insatisfatórias com o esperar que determinado autor, grego ou troiano, me escrevesse um prefácio. Num caso, mais de mês; noutro, o indivíduo esqueceu-se – ou se fez de rogado; e assim por diante. O cidadão por vezes nem é culpado: O ritmo dele não precisa se adequar ao meu! E eis o X da questão: O meu também não precisa se adequar ao dele, pois não sei bem dele, mas de minhas ocupações (e da fila de livros, e a atividade de “editora-de-um-homem-só”, que colige, edita, corrige, faz capa, divulgação, distribuição, financia quando o projeto o requer e ainda serve o cafezinho pra si mesmo), ah, disso sei bem. E por isso respondo. Assim como o que faço lá fora, lá onde ganho a vida (hoje como professor, duas escolas, dois municípios, sete turmas, quase duzentas e cinquenta adolescentes ou almas a gerir).

Não que não tenha obtido retorno, longe disso; na maioria das poucas vezes em que convidei confrades, os convites foram pronta e satisfatoriamente aceites. A questão é que, pelas algumas bambeadas dos já citados, escolhi suprimir essa etapa e seguir avançando no ritmo que me parece o mais produtivo.

De minha parte, já fui instado a escrever diversos prefácios, o que me lembro de ter feito, no maior dos prazos, em menos de duas semanas. A última foi do editor do Jornal Daki, portal de notícias gonçalense onde publico vez por outra contos e crônicas: Ele me solicitou um prefácio, de chofre, para o dia seguinte! Sim, o dia seguinte, e no dia aprazado ele estava lá, prontinho.

Assim explicado, com prazer “queimo” esta etapa, essa efeméride – no mais tão civilizada e quase, quase necessária – do universo editorial. 


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