domingo, 28 de setembro de 2025

Mickey e Game Boy: Um caso de amor

 


Ninguém nunca te contou (também, você não pergunta), mas o Game Boy é a verdadeira casa do Mickey  no mundo dos consoles. O portátil da Nintendo, que imperou por longos 14 anos de produção ininterrupta e seguiu reinando nas mãos e imaginários dos jogadores do mundo, possui nada menos que sete jogos envolvendo o simpático orelhudo, e isso apenas no Game Boy clássico. Vamos dar uma espiadela neles.


Mickey Mouse (Kemco, 1989) - O primeiro game da "família". Mickey precisa resgatar Minie, avançando por fases num imenso palácio, pegando chaves para abrir as muitas portas do gigantesco elefante branco. Você elimina os adversários de tela (personagens clássicos como Bafo de Onça ou Lobão) empurrando objetos - caixas, pedras, maças de ferro - sobre eles. A jogabilidade pode confundir: só de colocar o direcional para cima ou para baixo, o personagem já anda. O game avança em ritmo de puzzle/labirinto, de chave em chave até a porta que permite passar de estágio. Para mudar de andares, você conta com escadas de mão, escadas internas (portas que dão acesso ao andar contíguo) e até encanamentos, feito Mário. As fases consistem em uma tela expandida, um pequeno teatro de ação. São nada menos que 84 estágios, amiguinho! Mas fique calmo: A cada fase superada, há password, e você pode até rever a jogada, ao clicar em "vídeo".



Mickey Mouse II - O game (Kemco, 1991) segue o mesmo princípio de avanço por andares e abertura de portas, utilizando estratégia para eliminar os inimigos. Mas aqui você não os elimina empurrando objetos sobre eles: Começando armado de mão pura, logo apanha itens como bomba, arco e flecha, martelo. Ao ser lançado nos EUA, mercado cuja detentora dos direitos sobre os personagens Disney para games era a Capcom, a Kemco precisou mudar a franquia para a concorrência (Warner Bros.), substituindo a trupe Mickey pela patota dos Looney Tunes. Ah, e o mesmo já havia acontecido com o game anterior do Mickey nos EUA...



Mickey Mouse IV
- Antes que você pergunte: Mickey III foi lançado apenas para o nintendinho. Mickey 4 é uma evolução de todos os conceitos apresentados nos games iniciais. Agora com maiores sprites e novos movimentos (Mickey pode se agachar e andar rastejando, por exemplo). Andando de boas com a cremosa, sua amada Minie, não mais que de repente nosso herói desaba numa cratera, caindo num intrincado jogo de labirintos. Agora você precisa avançar de chave em chave, até conseguir derrotar o donatário do castelo, Fantasmão, e escapar de volta para os braços de sua bênção. Devido aos problemas de licenciamento, nos EUA o game foi "assumido" pela franquia Ghostbusters e na Europa, pelo Garfield. O capitalismo não é para amadores...



Mickey Mouse Magic Wand
, também chamado de Mickey V - Um belo dia, Mickey e a tropa - Minie, Donald, Margarida, Pateta, Pluto... - resolvem passear por uma floresta. Lá adiante, o inesperado: Um castelo! Ao tentar explorá-lo, despertam um mago adormecido, e a tropinha acaba capturada. Agora, amiguinho, é você (Mickey) e Deus para salvar os amigos! Aqui Mickey pode pular, e vem equipado de fábrica com uma varinha mágica, que com o avanço pode ser upada para criar blocos e carregar disparos. Ela serve para quebrar grandes cristais, que liberam pedaços da imagem de um de seus companheiros, como um quebra-cabeças. É preciso vencer as telas, quebrando todos os cristais e recolhendo os itens. Diversos itens podem ser selecionados (via select) e utilizados. A cada certo número de fases, é preciso confrontar um chefão. São 40 fases até o confronto final, num desafio crescente e envolvente. Único game da série Crazy Castle da Kemco a ser lançado nos EUA com seu nome/personagem original.



Mickey Chase
- Mickey Chase segue um outro padrão de jogo, não fazendo parte da família anterior. Logo de início, você pode escolher iniciar com Mickey ou Minie. O game segue o padrão plataforma. Seu boneco pode apanhar grandes blocos do cenário, para atirá-los contra os inimigos. Cada fase é composta por três estágios ou telas: Duas a pé, em plataforma clássica, e a última num "veículo": Lancha, balão, lombo de abutre (!), etc. Seu confronto final é com o arqui-inimigo Bafo de Onça.



Mickey Ultimate Challenge
- Ao contrário dos anteriores, este game de 1994 não foi desenvolvido pela Kemco, mas pela própria Disney Software (com a Hi Tech Expressions). Surfando na onda de Fantasia (Sega Genesis), aqui temos Mickey (ou Minie) adormecendo ao ler um livro de contos de fada (quem nunca?) e acordando... num reino de contos de fada. Um game de semi-RPG com puzzles diversos, e que teve versões para Master System, Game Gear, SNES e Sega Genesis. Visitando cada porta do castelo, você encontra antigos conhecidos (Pateta, Donald, etc.) e precisa resolver puzzles de dificuldade crescente, no objetivo de ganhar itens. Ao final, é preciso montar o quebra-cabeças de um despertador, a fim de acordar um gigante e... acordar você também, pois a noite passou e é hora de trabalhar.



Tokyo Disneyland: Mickey no Cinderella Shiro Mystery Tour
(Tomy, 1995) – Aqui temos um game de plataforma clássico, quase metroidvânico. Mickey, armado com uma bola de baseball, precisa desvendar um fabuloso castelo, eliminando inimigos pelo caminho. Um game belíssimo e bem divertido, que explora as potencialidades do console. É a sequência de Mickey no Tokyo Disneyland Daibōken (Mickey's Great Adventure in Tokyo Disneyland) lançado para o Super Famicom em 1994.

 

Para o Game Boy Color, console lançado em 1998, temos ainda Tokyo Disneyland Fantasy Tour (1998, plataforma/quizzes/puzzles); Minnie & Friends: Yume no Kuni o Sagashite (2001, RPG); Mickey's Racing Adventure (1999, corrida); Mickey's Speedway USA (2001, corrida); Pop'n Music Mickey Tunes (2000, música); Magical Tetris Challenge (1999, tetris).

Sammis Reachers


Este texto foi originalmente publicado na primorosa edição especial Os Jogos do Mickey Mouse, uma revista editada pela Revista Muito Além dos Videogames em associação com a Revista Oldbits. A revista, em formato A4, possui 74 páginas, lombada quadrada e é feita em papel couché de grande gramatura. Uma obra para colecionadores!

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