quinta-feira, 17 de julho de 2008

Poema para um filho adotivo


Herança de um filho adotivo

Houve uma vez duas mulheres
Que nunca se conheceram;
De uma tu não te lembras,
"Mãe" é o nome que à outra deram.

Uma deu nacionalidade,
A outra o nome te deu;
Uma deu do talento a semente,
A outra um rumo proveu.

Duas vidas distintas se moldaram
Para única a tua fazer;
Uma foi a estrela que te guia,
A outra o teu sol quis ser.

Uma te deu emoções,
A outra teus medos calou;
Uma viu teu primeiro sorriso,
A outra tuas lágrimas secou.

A primeira deu-te a vida e
A segunda a viver ensinou;
A primeira deu-te a carência de amor,
E a segunda, para o suprir, ali ficou.

Uma te entregou,
Foi só o que pôde fazer;
A outra orou por um filho,
E Deus a ti lhe fez ver.

Em lágrimas me perguntas agora
A antiga e séria questão:
Hereditariedade ou onde se mora:
Qual fez de mim o que sou, então?
Nenhum deles, meu querido ― apenas o calor
De dois diferentes tipos de amor.

Anônimo

2 comentários:

Gi disse...

Lindo poema para um filho adotivo. Parabéns! Estamos na fila e temos toda certeza que o amor pela criança que está preparada para nós, será o mesmo, ou até maior, do que a de um filho gerado por nós. O poema aborda assuntos muito interessantes: hereditariedade? convivência? Acredito que todos somos uma mistura de tudo isso!
Abraços, Geslaine e Valério

Marlene Casagrande Ribeiro disse...

Como é difícil conviver com situações de negligências e maus tratos, abusos!...Criança não é objeto e precisa ser cuidada!...
Marlene Casagrande Ribeiro.

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