quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Daniel Dantas: Ápice da tua podridão, Brasil


Protógenes: "aparato estatal" protege Dantas

BRASÍLIA - O ex-chefe da Operação Satiagraha da Polícia Federal, delegado Protógenes Queiroz voltou ontem a criticar o que chamou de "aparato estatal" mobilizado para defender o banqueiro Daniel Dantas. Segundo ele, as críticas a seu trabalho nesta operação se devem ao fato de ter descoberto corrupção nas relações do banqueiro com o Estado.

Para Protógenes, por mais que queiram desmerecer seu trabalho, não houve quem negasse que Daniel Dantas desviou bilhões de dólares. "Toda a investigação revela uma trama que praticamente contaminou todo o aparato estatal", acusou.

Segundo o delegado, "o País atravessa uma crise institucional muito séria... se não fosse este envolvimento, seria só mais um caso, mas o caso do Opportunity revela atores que saíram em defesa do investigado, notadamente utilizando instrumentos jamais vistos na história jurídica do Brasil", afirmou.

Ele deu as declarações no gabinete do senador José Nery (PSOL-PA), onde foi recepcionando como sendo uma nova liderança política. Passaram por lá para cumprimentá-lo, entre outros, os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Eduardo Suplicy (PT-SP). Por coincidência, ele e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, estiveram no Senado no mesmo tempo, mas não se encontraram. Gilmar fez uma palestra no Interlegis - Instituto encarregado da divulgação de questões de interesses dos Legislativos.

Para o delegado, as seguidas críticas ao procedimento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Satiagraha põe em risco a estrutura de proteção de segurança nacional: "Acabaram com o sistema brasileiro de inteligência, estão tendo de juntar os cacos, oficiais de inteligência tiveram suas carreiras encerradas", acusou.

Segundo ele, isso se deu pela forma "desmoralizada" como teriam sido revelados nomes de agentes que participaram da operação da Polícia Federal, apesar deles não terem tido acesso a nenhuma informação sigilosa. "Se perguntar para qualquer um deles qual é o conteúdo da operação, eles não saberiam informar", exemplificou.

Ele disse que se surpreendeu com a informação de que mais de 50 funcionários da Abin colaboraram com a investigação. "Até eu me surpreendi, mas não se explicou o detalhe de que havia escala, eram dois oficiais aqui; quatro em São Paulo e quatro no Rio de Janeiro".

Sobre a sua saída da Diretoria de Inteligência da PF, disse ter recebido a informação em "uma reunião cordial" com o diretor Daniel Lorenz e que agora aguarda orientação para assumir um novo posto. "É normal a mudança de setor, não há nenhum afastamento. Irei trabalhar em outro setor compatível com minha história de trabalho", afirmou.

FONTE: Jornal Tribuna da Imprensa - Justificarhttp://www.tribunadaimprensa.com.br/

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