sábado, 2 de abril de 2011

TERMÓPILAS, um poema de Rui Duarte




“Estrangeiros, vai contar aos Lacedemónios que jazemos
aqui, por obedecermos às suas normas”
Simónides de Céos, Epitáfio das Termópilas frg. 92 Diehl


Das longínquas Termópilas, estrangeiro
à passagem, Lacedemónios, vos escreve
ao ler à beira do caminho
da pedra fria esta inscrição breve

o silêncio pede um reconto,
que a salve da memória:
deste estreito onde só os heróis ousam
surge a lenda onde tombou a história

a lápide sepulcral não desprende gemidos
as letras nela gravadas são de memória brilhante
não as carcome o bolor nem o verdete
nem o tempo sobre ela é lume de um instante

dos trezentos de Leónidas que não hesitaram
lutar ou morrer para obedecer às vossas leis
recebei o testemunho, Lacedemónios, silente
e que admiração perpetuamente viva lhes celebreis

18/12/10

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