segunda-feira, 12 de junho de 2017

Este poema neste Dia dos Namorados


Hoje é o Dia dos Namorados, ou assim o comemoramos neste Dia do Senhor

Ela está aqui ao meu lado.
Fez um dos pratos mais deliciosos que já comi;
Apanho sua mão perfumada e trago ao meu rosto
Faço-a de travesseiro, berço, trama e tumba a bastar-me:
As linhas de sua mão são a conclusão de meus circuitos

Já tive algumas mulheres, sim, ou
Beijei algumas mulheres, melhor assim
Que isso de posse ao fim e ao cabo cabe a quem assina,
Mas em todo caso dei-me sempre retido, a entrega é sempre retesada
Num homem - ainda que aparentemente lançado
É apenas uma parte de seu coração que ele lança:

Mas eis-me aqui, entregue, catapultado por inteiro
Ao pequeno oceano de amor que essa moça
Tão terna trouxe de tão longe

Hoje é o Dia dos Namorados, e a pele dela todo dia
É um pergaminho branco, um convite ao poema
Apanho sua mão
Sua mão que ao meu rosto arrebanha,
Pastora dos animais que me habitam
Apanho sua mão de unhas azuis
“Olha, sua cor preferida”
Ah! Minha cor preferida é a que você usar, menina
Nem se deu conta ainda, ninfa potestade
Da capitulação das terras de meu coração,
Nem se deu conta ainda
De seu domínio?

Hoje é o Dia dos Namorados
Ela está aqui ao meu lado, vendo vídeos
Falando de minha irmã
Ela a moça mais linda
Rindo sem graça não querendo ver
Este poema que escrevo

Ela a minha alegria, estrela não de hidrogênio e hélio
Mas de sândalo & nitroglicerina
Ela essa coisinha tão pequenina que aterrorizou
A escuridão que me habita, ela que olhou minha escuridão
Olhos nos olhos, e dedo em riste sem medo
A estapeou, “Bom dia, vadia! Vamos, saia por onde eu entrei”
Ela a pequena ninfa que estapeia e vitupera a escuridão e sorri,
Ciosa agente de Elohim, palavra de renovo
Ela que nos venceu a todos os animais em mim.

P/Érika.


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