o último dia de meus quinze dias de férias
estou na praia e venta forte (sou
a única pessoa de meu convívio que gosta de ventos)
o mar, batido, chacoalha, ressona e une seu som
ao do vento que vibra em minhas orelhas
(o mar detém a minha angústia
quase como o Teu Espírito, Senhor),
e eles (as ondas e o vento, a mais perfeita cópula da natura)
sussurram como numa língua perdida e mística,
desaprendida em Adão:
PAZ... PAZ...
PAZ...
PAZ...
PAZ...
PAZ...
(e a singularidade desta sensação de paz - que é apenas intuída! -
é que ela transcende até mesmo a paz das amizades verdadeiras,
de dois amigos que, quedados em silêncio,
comprazem-se na segura companhia um do outro)
PAZ...
PAZ...
PAZ...
uma entoação que nada detém,
um cicio que não cessa
ora espaçado, ora massivo, mas sem parar,
como se fosse a respiração de algo aritmeticamente
diluído em tudo, em todos os lugares
fluindo muito além
do que se pode chamar de 'vivo':
uma força que hipervive
como (e apenas par)a falar de um lugar
onde a Paz Ininterrupta freme,
onde a Paz-Sem-Fim
oceanicamente
É
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