sexta-feira, 30 de março de 2012

A poesia de Jacqueline Collodo Gomes



Rumos

E sob um tronco de carvalho
fecho um outro dia.
Gramas irmãs compartilham a vista
chamam a madrugada
estendem toalha de luzes que atraem o amanhecer.
E consolo-me, a saber,
pela música do vento empurrando nuvens
derrubando tintas no céu
que você sofre a minha falta
tanto quanto eu a sua.
E sob um tronco de carvalho eu te amo
como você me ama aí, sob este tronco de carvalho
esta fôrma tão única.
-
E sob um tronco de carvalho eu lanço os teus detalhes ao céu.
Como você faz com os meus.


Take my hand

Dê-me a mão.
A vida não me ensinou a vencer os meus fantasmas.
É tarde, a baía está vazia
e eu, menina, assustada.
Dê-me a mão.
Faça a mágica do confiar no "Tudo bem".
Mostra-me o acreditar que não há mal além.
Que mesmo quando a vida é difícil as coisas continuam iguais.
É tarde, e a noite desce, finda o dia
Quero que finde com ele toda esta agonia.
Dê-me a mão. Quero ser feliz com você.
E a dor que consome, a vergonha insossa,
tudo que lhe tensione
desintegre-se, deixe de ser.


Colheradas de Amor

Quero te preparar o meu arroz
Do jeitinho que só eu sei refogar
E o aroma do meu amor bem temperadinho
É a música da água secando que vai espalhar
Quero te ver degustar cada nota dos meus acordes por você
Posso até fazer um aviãozinho,
afagar-lhe os cabelos com carinho,
tomar o colo que me ofereças,
dar-te meus beijos de sobremesa
Quero te preparar um trivial
e as receitas mais sofisticadas
Depois tomamos um chá ao fim da tarde,
um lanchinho na madrugada...
Quero te sorver em taça de sorvete
por tudo que me destes
São teus e meus estes prazeres
Bom é que se manifestem
Quero cozinhar para você
e recebê-lo como quem recebe após longa espera...
E ver a paz da tarde adornar o nosso cenário
Saber o sabor desta nossa era.


Pedido de Estrela

Se eu colocar tudo o que sei em uma caixinha
e lhe entregar com a minha senha
você vem pra mim?
Você promete que vem pra mim?
E se eu reunir as cores? Em mãos de flores,
e pedacinhos de brioche?
E se eu pendurar os desejos em chaveiros?
E se eu colocar balinhas no porta-luvas para você encontrar?
E se eu pôr a saia rodada, de que tanto gostas?
Se eu lhe for, como menina, e nisto fizer a minha aposta?
Você vem pra mim?


Instantes Eternos

Sentamos à uma mesa do café
e ficamos. Copos altos,
mãos ao centro, toque de dedos
pensamentos, e todos os meus comportamentos
demonstram como eu me sinto perto de você.
Espero sinais de afeto. Você mais perto.
Um beijo. Eu te amo. Cubro-me de pejos.
E todos os meus lampejos me mostram
a menina dos teus olhos, tua eterna.
E fico buscando os teus olhares.
Pertencer aos teus lugares.
Inundar-me em teus lagares.
Quero tudo em que há você escrito.
Assuntos fluem, e os instantes acontecem.
É meio da tarde, e as árvores
nos trazem um momento agradável
com flashs de sol, flashs de jovem
fazendo lar no coração almejado.
A cada expiração, sorrisos, esboços
expostos, nascidos por mim, gravo
e aguardo, infiltrado, desejo de permanecer
sempre estar, chegar ao lar.
Coisa assim, nossa, que faz o amor acontecer.

Jacqueline mantém o blog Ah, Poesia!http://ahpoesia.blogspot.com

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