domingo, 16 de abril de 2023

HOOK, o divertido beat 'em up da IREM - E a humana busca por vida eterna

  

Cartaz do jogo

Criação do escritor inglês J. M. Barrie, datado dos primeiros anos do século XX, Peter Pan nasceu como novela. Pouco tempo depois foi adaptado para o teatro e, mais à frente a um livro infantil: e é deste a narrativa que ganhou o mundo. Nela, Peter Pan é um jovem que se recusa a crescer e que, junto à fada Sininho e amigos, vive aventuras mágicas num lugar providencialmente chamado de Terra do Nunca. Neste mundo fabuloso, Peter e seus amigos enfrentam desafios e combatem piratas como o Capitão Gancho.

Colorido e com grandes sprites, Hook é um divertidíssimo beat em up, lançado pela IREM para os arcades em 1992.

Narrando a história de Peter Pan e seus companheiros (os Garotos Perdidos), e sua luta contra o Capitão Gancho e sua horda, você embarca numa aventura cujo objetivo é resgatar os filhos de Peter, sequestrados pelo Capitão. O jogo permite que se escolha jogar dentre nada menos que cinco personagens: Peter (armado com uma espada), Rufio (duas adagas), Ace (um belo martelo/tacape) e Pockets (uma... bola!). Ah, e temos o gorduchinho do Thudbutt, que combate com os bons e jamais ultrapassados punhos. E, como nos melhores beats, você pode jogar com até quatro jogadores simultâneos na tela. Sim, é festa no fliperama que chamava, meu amigo!

Peter, claro, é o melhor jogador, o mais balanceado. Os demais possuem vantagens e desvantagens, a serem devidamente exploradas - pois este é um dos pontos de engajamento de qualquer beat que se preze.

Em termos de golpes que, ouso dizer, talvez seja o principal quesito na diversão proporcionada por um beat' em up, Hook honra a nobre família: Temos agarrão, joelhadas (aqui quatro, ao contrário das três regulamentares no mundo beat); salto com adversário e possibilidade de manobras neste movimento, como lançar o adversário para longe ou perto (facultado a todos os cinco personagens), e ainda o golpe "meio" pilão (agarrando o personagem, pulo + soco + direcional para baixo). E mais: Temos voadora comum e o cravadão (a expressão surgiu com Golden Axe), que é o golpe atordoante feito com pulo + soco + direcional para baixo. E ainda mais: Podemos bater nos adversários caídos, tanto nos aproximando quanto pulando sobre eles e golpeando. Há ainda o golpe rápido de concussão (um C para a frente + soco), não muito espalhafatoso ou forte, mas quebra o galho - ou alguns queixos. 

Um quesito todo especial são os especiais espalha-brasa, divertidos, como o do Ace, que convoca pinguins para uma hilária dança com ele, e apelões, como o especial de Pan, que alcança meia tela. Para fechar as riquezas de um beat raiz, temos o lançamento que finaliza os combos (quando socamos o adversário e, colocando o direcional para baixo, o agarramos e lançamos em sequência). Assim como no papai Final Fight, Hook permite o lançamento para trás de seu personagem (direcional para baixo + soco) ou para a frente (direcional para cima + soco). A única ausência é a corridinha. De toda forma, essa fartura de golpes já torna o jogo obrigatório para o fã dos beat 'em ups.

Olha ele aí, a "dança dos pinguins pancões", um dos especiais 

mais hilários do mundo dos beats...

O jogo parece fácil, mas o life dos personagens não é grande coisa, o que geralmente acaba causando sua partida prematura do rude mundo dos piratas. E alguns dos personagens, como Ace ou principalmente o pequenino Pockets, por terem o alcance de seus golpes bastante reduzido, podem trazer alguns sopapos a mais pra sua conta, meu heroico leitor.

Os cenários são belíssimos, todos focados na ambientação de portos e navios. Diversos deles apresentam itens interativos, como âncoras que você pode derrubar sobre os adversários, fogareiros que podem ser tombados nas pelancas dos piratas e etc. No quesito armas, não há muita diversidade, mas podemos contar com lanças, pedras, bumerangues, bombas, e até uma linda maça para amaciar os crânios. Ah, a rainha do baile: Uma colmeia (!), que após atingir o adversário (o que já causa dano) ainda o faz ser fustigado por um enxame de abelhas.

Hook é um divertidíssimo beat, figurando entre os clássicos do gênero. No entanto, apesar de muito bonito e divertido, ao final da jogatina ficamos com a sensação de que faltou algo (e quantos bons jogos nos deixam com essa sensação, hum?). Seria necessário maior dificuldade, dirá um; menos espalhafato, menos presepadas, dirá com mais razão um outro; menos itens coletáveis, ou maior espaçamento entre a aparição deles, dirá um terceiro. Talvez a soma destes três quesitos. 

Combatendo o Capitão Gancho


O jogo foi lançado no rastro do filme Hook - A Volta do Capitão Gancho (1991), dirigido por ninguém menos que Steven Spielberg e que fez sucesso com seu grande elenco (Robin Williams, Dustin Hoffman, Julia Roberts). Outros games vieram na leva (todos com o mesmo nome, sem nenhum acréscimo: Hook), como um jogo de puzzles para PCs, e jogos de plataforma para NES, Game Boy, SNES e Mega Drive.


A história de Peter Pan, como menino que não deseja crescer, nos leva a diversas e oportunas reflexões. O desejo de imortalidade, e o desejo de habitar o paraíso, são intrínsecos ao coração do homem. A Bíblia afirma mesmo que "Deus colocou no coração do homem o desejo profundo pela eternidade" (Eclesiastes 3:11).

O autor de As Crônicas de Nárnia e de diversos outros livros, C. S. Lewis, costumava dizer: "Eu descobri em mim mesmo desejos os quais nada nesta Terra pode satisfazer. A única explicação lógica é que eu fui feito para outro mundo". Sim, nossas angústias, o vazio que sentimos em maior ou menor grau em nossas vidas, são decorrentes de nossa condição de afastados de Deus, de seres caídos, herdeiros do pecado de Adão, vivendo o-que-não-era-pra-ser num lugar que não-era-pra-ser. Ao contrariar os preceitos divinos, Adão, o primeiro homem, foi expulso do paraíso, e herdou "de quebra" a morte. Sim, fomos feitos para viver para sempre, e para sempre no paraíso! Mas, incapazes de restabelecer nossa ligação com o Criador de todas as coisas, coube a Ele mesmo providenciar um resgate: O preço que deveria ser pago, mas o qual nenhum homem poderia saldar, foi pago por Cristo. 

"Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. [...] Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos" (Romanos 5:12-21).

De alguma forma, somos todos Peter Pan's, e podemos alcançar nosso verdadeiro lar e nosso real status de eternidade ao crermos simplesmente em Jesus Cristo. Lembra que eu disse que o preço a pagar pela religação com Deus era alto demais, alto demais para as forças de qualquer homem? Pois bem, a religação, não podendo ser paga ou comprada, nos foi DADA, PRESENTEADA. Basta crermos em Jesus Cristo, em sua vinda, morte e ressurreição, para termos direito a herdar com Ele todas as coisas.

"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).

Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Romanos 10:13).

Disse-lhe Jesus: ‘Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Você crê nisso?’" (João 11:25-26).


Sammis Reachers

Para mais matérias, dicas e resenhas sobre o universo dos jogos antigos (ou nem tanto), acesse a Revista Muito Além dos Videogameshttps://muitoalemdosvideogames.com.br/


2 comentários:

Luiz Miguel de Souza Gianeli disse...

Muito bom meu querido irmão. Excelente texto e mais um game que preciso conhecer. A mensagem ficou muito clara, graças a Deus por Jesus e a vida eterna que nos dá. Parabéns e que Deus continue abençoando. Se Deus quiser este texto vai para uma revista. 😊👏🤝📖✝️🕹️🎮📚✍️

Sammis Reachers disse...

Meu querido irmão Luiz, realmente devemos ser gratos por recebermos tão maravilhoso presente - a salvação e restituição de nossa condição original - cuja simplicidade é tanta que a própria Bíblia chega a referir-se a ela como "a loucura da cruz".

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