Peguei a
reta final do universo das epígrafes, ali pelos anos 90, 2000 (sim, pois daí em
diante foi sobrevida).
Ainda
criança, tinha o vício da acumulação, do colecionador de tudo (que troquei pela
Literatura, tempos depois. Hoje não tenho apego nem a meus livros impressos).
Enviava carta para todo lugar que dissesse “receba grátis nosso catálogo”,
“receba grátis nosso informativo” etc.
Para além
disso, eu já era um escritor, sem saber, sem ninguém me avisar. Mas, como era
isso? Eu comprava em banca revistas de piadas da Ediouro, publicações populares
na época. Nelas, se dizia que quem enviasse piadas que fossem publicadas,
ganharia brindes (mais revistas). AQUI me tornei escritor: Eu copiava e
REESCREVIA, com outras palavras, nomes e até transcursos, piadas que vinham na
página final da revista Playboy (como eu as conseguia, as Playboys? Ora, eram
os anos 80/90, valia de tudo).
O engodo
infantil funcionou umas três ou mais vezes, e ganhei diversas revistas. Mas
também um “presente” inesperado: O editor colocou num editorial o meu nome e
idade, dizendo que “eu era um jovem leitor do RJ e que desejava fazer amizades
via cartas”. Não sei de onde diabos ele tirou aquilo. Eu, fazer amizades via
cartas? Eu ainda era moleque rueiro, e tinha amigos e inimigos que bastavam.
Mas o resultado foi que passei a receber cartas, esparsas, de todo o Brasil.
Nessa brincadeira, arrumei uma namoradinha virtual (epa, na época era
epistolar) em Minas Gerais, e outra no Rio Grande do Sul. Meninas de minha
faixa, 11, 12 anos. Trocávamos fotos, e eram bonitas, as princesinhas.
Bem, bateu
até uma saudade aqui, de quando enviávamos - e recebíamos - cartas. Que bom ter
vivido aquela época!
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