Oriundo do início dos anos 1930, O Sombra (The Shadow) é uma criação de Walter B. Gibson. Tudo começou com um programa radiofônico, onde o Sombra era o narrador. Até o grande Orson Welles o interpretou. Já nesta fase surge a famosa frase do personagem: "Quem sabe o mal que se esconde nos corações humanos? O Sombra sabe!". O personagem logo avançou para a carreira literária, prolífica, povoando revistas e livros detetivescos. E, claro, também os quadrinhos. Uma das primeiras figuras de justiceiro na mitologia pop, o Sombra, com seus característicos sobretudo, chapéu, luvas e cachecol, que além de lhe tapar metade do rosto ainda enfaixava seu pescoço, dando um toque de elegância belle epoque ao valentino, era bom mesmo em distribuir socos e chumbo, com suas duas legendárias pistolas Colt M1911, do "amigável" calibre .45. O Sombra é na verdade Lamont Cranston, playboy que antes fora um conhecido criminoso mas, tendo sido sequestrado e treinado (!) no Tibete por um sábio, resolve por fim voltar a Nova Iorque, agora "convertido" ao lado luminoso da força. Ou quase. Com ele, entre muitas habilidades, aquela que lhe dá a alcunha ou nome de guerra: Lamont consegue hipnotizar as pessoas para que não o vejam, salvo sua sombra. Sim, sim, você está certo: O Sombra serviu como uma das inspirações para o Batman, segundo Bill Finger, co-criador do morcegão.
Em 1994, a Universal lançou um filme do personagem, de recepção mediana - e um desastre nas bilheterias. Deste filme deriva o interessante jogo do SNES.
Beat 'em up raiz, aqui andamos - e rodamos - por dez longas fases, socando e atirando na marginalidade da Nova Iorque dos anos 1930.
Mas é no quarto botão, dedicado aos "especiais", que está a pegada interessante: Ele permite ativar três movimentos especiais diferentes, selecionáveis via botão R, e que possuem uma barra de energia dedicada só para eles. Invisible ativa essa especialidade do Sombra, ente furtivo mais furtivo que seu filho, o homem-morcego; Dash ativas um golpe "corridinha", com o Sombra aplicando uma poderosa cotovelada ao fim da aceleração; e Devastate também entrega o que o nome diz: Uma cúpula de energia se expande do personagem, detonando todos na tela - claro, esta opção é a que consome mais energia da barra.
Sombra tem também um divertido modo "tiro": Em certos trechos das fases, quando os inimigos aparecem com armas de fogo, nosso anti-herói saca suas bitelas, suas duas Colts para trocar tiro com a marginalidade. Um modo que foi melhorado, talvez copiado em outro beat 'em up, o do Justiceiro (The Punisher).
As fases, como dito, percorrem a Nova Iorque dos anos 1930: Times Square, Empire State Building (com direito a clássica fase no elevador e luta contra o chefão no topo - mas calma, é só a segunda fase!), feira/parque de diversões, museu, Chinatown e por aí vai.
Além das despudoradas Colts, você apanha diversas armas brancas dos adversários: Barras de cano, tacos de baseball, pedaços de madeira (aqui chamamos de marroca de pau ou pau-de-dar-em-doido), facas e até tochas incendiárias. Elas se gastam pelo uso, feito a vida, ou são abandonadas ao andar das telas. E pior: Se um adversário ou mesmo você solta uma arma dessas no chão, elas são logo recolhidas por outro adversário, o que não acontece em todo beat...
Diversos cenários nas fases permitem que você, pulando com os adversários agarrados, soque a cabeça deles em algum objeto no teto: Luminárias e lustres, ventiladores de teto, e até um martelo de quilogramas no parque de diversões.
Uma particularidade sobre o game (eu deveria ter dito isso lá no começo!): Ele nunca foi lançado oficialmente. Seu protótipo de SNES, tido como completo, chegou a ser enviado para avaliação de revistas especializadas, mas provavelmente o retumbante fracasso do filme nas bilheterias afetou o lançamento do jogo. A desenvolvedora foi o Ocean, que estava meio que se especializando em games de franquias cinematográficas, por sinal.
Sammis Reachers



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