domingo, 27 de novembro de 2022

Na morte em que fui Manoel Bandeira, poema de Sammis Reachers

 


 


Na morte em que fui Manoel Bandeira

 

Brincando de cabra-cega

Nas ruas de Tróia

Expus meu coração à intempérie:

 

Sakura solar, nênia de plástico,

Lótus anárquica

Encontrei-a e a perdi

Num (p)único mês

 

Que outro (re)curso contra aquele lábio,

Aquele olhar eluardiano?

 

Meu pétreo ódio pela poesia

Essa maldição dos tísicos

Ei-lo no pódio-coração litografado:

Tatuagem interna, Tebas de Anfíon,

Chuva de flechas, Heitor despedaçado.

 

Publicado originalmente na Revista Cujo #1.

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